É uma afecção benigna, causada pela diferenciação quística de canal/ducto  tireoglosso persistente. 

 

A tiróide é a primeira glândula endócrina a desenvolver-se no embrião, na 3ª semana após a fertilização. O primórdio tiroideu aparece no pavimento da faringe primitiva implantado no seio de tecido língual. Quando começam a crescer, o resquício tiróideu migra para o pescoço através da mesoderme da língua, passando à frente dos vestígios do osso hióide e das cartilagens laríngeas, mantendo-se ligada à lingua  através duma estrutura tubular estreita. Atinge a sua posição e forma definitiva à 7a semana. Até á 10ª semana o ducto já degenerou e desapareceu, persistindo uma pequena fosseta no dorso da língua, o foramen cego. Quando o canal permanece poderá sofrer transformação quística, de conteúdo viscoso, devido à secreção do epitélio de revestimento interno para o lúmen do tubo.   

 

O que deve ainda saber:

• é o mais frequente quisto do pescoço consequência de uma anomalia congénita.

• mais frequentes na 2ª década de vida. Prevalência feminina 3/2.

• aparece como uma massa em crescimento, palpável, indolor mas desconfortável,  ligeiramente desviada na linha média da face anterior do pescoço, alta, ao nível do osso hióide. Diâmetro médio de 0,5 a 6 cm.

• pode ter exacerbações durante períodos de infecção respiratória alta.

• pode infectar e necessitar antibioterapia. Pode fistulizar. 

• pode evoluir para um carcinoma papilar oU para carcinoma pavimento-celular.

• a ecografia é o 1º exame e demonstra tratar-se de uma estrutura cavitária.

• no exame clínico e por estar ligada à língua, a massa sobe quando a lingua é projetada para diante e durante a deglutição.

• diferenciar de:

  • tiróide ectópica

  • linfadenopatia

  • quistos dermóides

  • bócio

  • tumores do pescoço